terça-feira, 12 de outubro de 2010

O Limbo

... e aí também tem outra possibilidade que é você aceitar que a chatice é relativa (exceto em alguns casos como Teatro Pós Moderno... e qualquer coisa Pós Moderna).
E que o que está na moda é forçar a barra na chatice. Eu me assumo. Eu saio do armário, agora, nesse momento: eu não quero ser cult. Sim, eu amo Woody Allen mas não me peça pra ver filme iraniano. Nunca. Nem curtas sem sentido nenhum. E odeio qualquer coisa que me remeta a dadaísmo. Acho que os cortes das camisas femininas cults não valorizam o corpo, eu sou uma latina sem remédio: roupa de mulher mostra pelo menos que eu tenho cintura. Camisa listrada e xadrez é bonitinho... Mas paremos por aí. O-di-ei Sinédoque Nova York e Adaptação. Pro inferno com o Kaufman. E me recuso a perder meu tempo do almoço pra falar de quem vai ganhar as eleições. De verdade. Só odeio mais o limbo que é Florianópolis, que pode ser definido pelas baladas:
a) Alta Renda: Baldas El Divino/P12, que você paga o olho da cara (a não ser que tenha um "amigo" que coloque você de graça lá dentro porque quer te comer), precisa ser uma executiva rica ou uma rata de academia platinada pra ter um otário que te pague bebida a noite toda (ou vários otários, o que você achar melhor)... e escuta house chato que toca no "Na Balada Jovem Pan".
b)Baixa ou Nenhuma Renda: Botecos sem a menor fiscalização sanitária, com umas mesas de sinuca defeituosas e um tio atrás do balcão que se limita a passar uma água (às vezes) no copo de cerveja.
c) Alternativas: Não. Alternativa não quer dizer balada gay. Embora alguns lugares que tenham essa fama virem alternativos. Balada alternativa funciona da seguinte maneira: você paga quase a mesma coisa que pagaria pra entrar no El Divino, na maioria dos casos, entra numa birosca apertada e sem alvará, preferencialmente que seja um ex puteiro, e que mantém algumas tradições como bebida com preço exorbidante, luz vermelha, espelhos e algumas espécimes aspirantes a streepers depois da 3ª latinha de Heineken. Lá dentro você escuta indie, muito indie, alguma coisa retrô, preferencialmente dos anos 80 e Lady Gaga. Os otários lá dentro não terão dinheiro pra te pagar bebida a noite toda, então faça o favor a si mesma de encher a cara de alguma coisa com Vodka antes de entrar. Combine esdruxulamente suas roupas, use batons de cores inusitadas, borre sua maquiagem no melhor estilo Courtney Love e seja feliz. Amém.

Ou seja, Floripa é o lugar em que você pessoa normal vai se sentir no Limbo das baladas.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

E eu que já não sou assim...

Comecei a ler Melancia da Marian Keyes e estou amando cada página. Rola uma identificação com a personagem mesmo que eu não tenha tido filho nem sido abandonada. Mas enfim, num determinado ponto do livro, quando ela entra naquela paranóia tipicamente feminina de ficar revendo o passado cuidadosamente em busca de pistas de "por que deu errado?", eu comecei a rir muito.
Não sejamos hipócritas: eu, você, a minha mãe, minha bisavó e qualquer mulher que conhecemos também deve ter tido a fase de promessas pré-relacionamento. A lista das coisas que a gente NUNCA ia fazer. Mas aí quando você vê, virou algo que nunca pensou que fosse ser. Isso dito pela pessoa que passou a manhã conversando com o Yorkshire.
É batata. Depois de 1 ano, você não se importa em acordar sem maquiagem. Até aí tudo bem né? Aquela coisa de amor verdadeiro que não vê cara e bla bla bla.
E aí, quando se dá conta, você é o clichê ambulante da namorada. Vê novela (aliás, alguém vai morrer essa semana em Passione, e eu espero que seja aquela imbecil da Diana), fala incessantemente como foi o seu dia nos mínimos detalhes fazendo seu namorado cair de sono no outro lado da linha... Começa a brigar na locadora pra decidir o filme, diz que está cansada e não quer sair pra beber hoje, começa a não se importar mais que o cara tá esperando pra sair de casa há duas enquanto você luta com a chapinha no banheiro... Enfim, você é chata. Pobre Tiago.